No dia 09 de março, a H-AL recebeu FURACÃO VIDA, a mais recente escultura da Manu Daher. Feita basicamente com pedaços de árvores podadas e aglutinadas no meio da rua pelo vento, a obra fala do espírito do tempo e da força feminina.
Foram necessárias todas as mãos da equipe da H-AL na montagem, junto com a Manu, que finalizou a peça com flores vivas, e objetos de seu universo, na segunda pela manhã. Depois de pronta, a obra despencou do teto do espaço. Parecia o fim - mas não era - ela só precisava ser refeita. Imprevisivelmente como um tufão, desordenadamente como um redemoinho, alucinadamente como uma tempestade. O FURACÃO agora se fixara e ocupara todo o espaço. Alegria e vida se formaram, esta seria a última exposição naquele endereço antes da mudança da H-AL.
Na terça cedo o furacão passou e foi como se um furação houvesse passado realmente. Levou consigo o desejo da mudança, mesmo tendo feito uma enorme mudança por ali. Deixou a vida criada e os sonhos projetados. Levou um medo e uma insatisfação. O espaço ficou parecendo maior. Chancelou o brilho. Foi como um vento que passou em nossa vida.
Hoje estamos em casa de quarentena e contemplando a memória registrada em nossa mente e o pararelo de FURACÃO VIDA com o furacão que de repente a vida se tornou. A Obra precisou ser adaptada ao espaço, readaptada às condições, ressignificada em materiais, reduzida em tempo. O tempo tomou outros ares, as superfícies intocáveis, isolamo-nos dentro de nós e o FURACÃO VIDA seguiu outros rumos. Vida que segue!
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